domingo, 11 de setembro de 2011

11 de setembro de 1973

Esse post, originalmente, é do Sala de Cinema (o meu blog de cinema), mas esse assunto merece ser repercutido em outros meios, por que não na mesa do bar? Um fato marcante que precisa ser relembrado, entendido e difundido.

11 de setembro de 1973

No dia que é lembrando muitos dias antes de sua chegada, trago o curta metragem do diretor britânico Ken Loach.

E não, o tema central não é o 11 de setembro de 2001 dos EUA (que também considero um triste dia na nossa história, porém existem outras discussões). Nesse post, o foco é o 11 de setembro de 1973 no Chile. E esse, além de triste e terrível, foi desumano e atingiu trabalhadores e trabalhadoras chilenos em um dia que marcou a trajetória da luta popular no mundo.

Em 1973, o então presidente chileno Salvador Allende Gossen, socialista e eleito pelo voto popular, sofreu um golpe do chefe das forças armadas chilenas, Augusto Pinochet, que com o apoio do governo americano e financiado pela CIA e pelas transnacionais norte-americanas, instalou o caos em um único dia da história e que vem perpetuando suas dores e tristes lembranças até hoje, 38 anos depois. Anos esses que só tendem a se redobrar, pois um acontecimento assim não é esquecido, a dor é sentida de longe, tanto em tempo como em espaço.

Infelizmente, esse 11 de setembro latino-americano pouco é lembrado, mas Ken Loach o concebeu em uma produção de quase 11 minutos e fez o trágico acontecimento de 1973 ganhar trilha, vozes, depoimentos, cenas e a dor, como ela bem foi difundida nesse dia. Originalmente feito para compor uma mostra de curtas que abordariam o acontecimento do ano de 2001, Ken levanta a trágica e covarde batalha contra a democracia e o povo chileno concretizado anos antes das Torres Gêmeas serem atacadas.

O curta lançado em 2002, ano no qual o 11 de setembro americano faria 1 ano, merece ser difundido e conhecido. Esse acontecimento histórico em forma de produção nos aproxima da luta e da necessidade de se conhecer cada vez mais a história e abrir as portas para causas e lutas justas, populares e que tragam autonomia, dignidade e força para qualquer trabalhador e trabalhadora em qualquer lugar do mundo.

"Eu sempre tenho confiança na inteligencia do povo. Então, se o povo organizado é inteligente, por que deveríamos ter medo de uma organização popular?" -Costureira Chilena em uma das falas do curta.


Esse post também pode ser conferido no Zine Pasárgada.